- Leve isto àquela viúva pobre que mora na entrada da cidade - disse o velho sapateiro alemão ao seu jovem aprendiz, entregando-lhe uma cesta de legumes frescos da sua horta.
O sapateiro trabalhava duro no seu ofício e cultivava sua pequena horta para conseguir sobreviver e, ainda assim, sempre dava o pouco que tinha.
- Como o senhor consegue dar tanto? - perguntaram-lhe.
- Eu não dou nada - disse ele. - Eu empresto ao Senhor e Ele me paga de volta muitas vezes mais. Fico envergonhado das pessoas pensarem que sou generoso, quando recebo tanto de volta. Há muito tempo, quando era bem pobre mesmo, vi alguém ainda mais pobre do que eu. Queria dar-lhe algo, mas estava difícil de fazer isso. Eu dei e o Senhor me ajudou. Trabalho nunca me falta e minha horta produz em abundância. Desde então nunca hesito quando ouço falar de alguém em necessidade. Não, mesmo que eu desse tudo o que tenho, o Senhor não me deixaria morrer de fome. É como dinheiro no banco, só que desta vez o banco - o Banco do Céu - nunca falha, e os juros retornam a cada dia.
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Texto retirado do livro Histórias para encantar e desenvolver valores, de Solimar Silva.