quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Compensação de ausências - 3º bimestre (7º ano)

Queridos alunos,

Para aqueles que perderam mais de 25% das aulas do 3º bimestre, segue uma proposta de trabalho para compensar algumas dessas aulas.

O trabalho abordará os principais temas estudados no 3º bimestre. Deverá conter capa, folha de rosto etc., conforme o modelo de trabalho. Serão três capítulos no total, cada um sobre um tema, conforme segue:

Capítulo 1 - Notícia e reportagem

  • Explicar o que é notícia;
  • Explicar o que é reportagem e como diferenciá-la da notícia;
  • Escolher um exemplo de notícia e identificar nele seus principais elementos (manchete, olho e lead).

Capítulo 2 - Preposição

  • Explicar o que é preposição;
  • Listar as preposições mais comuns da nossa língua;
  • Destacar, na mesma notícia do capítulo 1, todas as preposições.

Capítulo 3 - Interjeição

  • Explicar o que é interjeição;
  • Através de exemplos, citar alguns possíveis sentimentos que as interjeições podem expressar.
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A entrega do trabalho deverá ser feita até dia 04/11.

Fico à disposição para eventuais dúvidas.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Barroco (1ª série)

Queridos alunos,

A fim de aprofundarmos nossos estudos acerca da escola literária conhecida como Barroco, seguem alguns vídeos acerca desse tema:

Barroco



Pe. Antônio Vieira


Gregório de Matos



Espero que este material lhes ajude a entender melhor a literatura barroca e seus principais autores.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

Compensação de ausências - 3º bimestre (1ª série)

Queridos alunos,

Para aqueles que perderam mais de 25% das aulas do 3º bimestre, segue uma proposta de trabalho para compensar algumas dessas aulas.

O trabalho abordará os principais temas estudados no 3º bimestre. Deverá conter capa, folha de rosto etc., conforme o modelo de trabalho. Serão quatro capítulos no total, cada um sobre um tema, conforme segue:

Capítulo 1 - Intertextualidade e Interdiscursividade

  • Explicar a diferença entre texto e discurso;
  • Explicar, com exemplos, o que é intertextualidade;
  • Explicar, com exemplos, o que é interdiscursividade.

Capítulo 2 - Coerência e coesão

  • Explicar o que é coerência;
  • Explicar o que é coesão;
  • Escolher um texto qualquer e analisá-lo quanto a coerência e a coesão.

Capítulo 3 - Classicismo

  • Explicar o contexto histórico do Classicismo;
  • Explicar o que é um soneto;
  • Citar os principais autores do Classicismo português e algumas de suas obras mais relevantes.

Capítulo 4 - Quinhentismo

  • Explicar o contexto histórico do Quinhentismo;
  • Citar os principais autores do Quinhentismo e algumas de suas obras mais relevantes.

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A entrega do trabalho deverá ser feita até dia 04/11.

Fico à disposição para eventuais dúvidas.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Vocabulário: A menina que fez a América (7º B)

Queridos alunos,

Conforme combinado, segue relação de vocábulos a serem pesquisados para nossa próxima aula de leitura, no dia 21/10. Copiem-os no caderno de leitura e procurem o significado de cada um:

aflito
afogueado
alvorecer
apalpar
aspereza
cabreiro
caridoso
catecismo
chafariz
decifrar
encosta
espessura
fluidez
incrédulo
lisura
monge
nervura
procissão
recobrar
relevo
(de) súbito
tarantela
tatear

bengala
(a) contragosto
converter
curtido (de sol)
ferrolho
friorento
labareda
moinho
semear
tonel

amém
cintilação
conta (do terço)
crochê
enregelar
fartura
fascinante
fresta
maroto
pender
provisoriamente
sótão
terço
tiritar
travessura
triunfante
velar

algazarra
apear
comissão
desleal
fortificação
garupa
iguaria
impor
ladeira
latão
leal
piedade

escalda-pés
exuberante
goela
hesitar
hibernar
humilhar
imprudência
lampeiro
movediço
pingente
pluma
satisfazer
vigor

caçoar
designar
enfezado
fuzilar
lentilha
misto
pavor
privilégio
rabugento
recitar
severo
troncudo

apelo
convívio
entreaberto
esganiçado
estrado
reprimenda
roliço

alarde
apregoar
aureolar
bago
canja
cocuruto
comunhão
crista
encarapitado
mártir
moleiro
ninhada
operoso
parteira
polpudo
presépio
romaria
soterrado

áspero
calcar
evidente
miçanga
pimpão
pranto
púrpura
rastro

canaleta
esboçar
ímpeto
irrigar
luto
pressentimento
sulco

amurada
comadre
comovido
compadre
deslumbrado
enxoval
ingrato
madrepérola
matutar
noviço
portinhola
serelepe

alto-mar
alvoroço
balouçar
cabina
castanhola
cintilante
convés
debruçar
embarcar
entranhas
esvoaçante
grumete
mercê
palpar
pinotear
porão
remediado
rés
ressonar

arcado
avalancha
cais
endemoniado
fagulha
fumegante
imponente
indício
locomotiva
motorneiro
palheta
parelha
sarapintado
torso
trotar

(às) avessas
compassado
cortiço
desembocar
desgarrado
farfalhar
gordoto
patrício
rechonchudo
rosário
soalho

Qualquer dúvida, é só entrar em contato comigo.

Bons estudos (e bom feriado)!


Prof.ª Teresa Cristina

sábado, 17 de setembro de 2016

Roteiro de Estudos - 3º bimestre (7º ano)

Queridos alunos,

Segue relação de perguntas para o Roteiro de Estudos do 3º bimestre:
  1. Que características permitem classificar um texto narrativo como um relato?
  2. Quais as principais características da notícia?
  3. O que difere uma notícia de uma reportagem?
  4. Quais são as três formas nominais dos verbos? Dê exemplos de cada uma.
  5. O que é advérbio? E locução adverbial?
  6. Quais classes de palavras podem estar ligadas a advérbios?
  7. Quais são os sete tipos de advérbios existentes? Dê exemplos de cada um.
  8. O que é interjeição? Dê exemplos.
  9. O que é preposição?
  10. Quais tipos de relações as preposições podem estabelecer? Dê exemplos.
Copiem as perguntas no caderno e respondam cada uma da forma mais completa possível. Para isso, podem consultar o caderno, o Caderno do Aluno, o Livro Didático e a internet.

Na próxima semana, faremos a correção dessas questões, para que todos estejam preparados para a Avaliação Bimestral.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Dicas para fazer uma boa pesquisa

Queridos alunos,

Corrigindo alguns trabalhos e pesquisas de vocês, percebi que muitos têm dificuldades em organizar as informações, formatar o trabalho e evitar a simples cópia da internet. Portanto, resolvi publicar aqui algumas dicas para que vocês entendam o que é esperado que vocês façam quando uma pesquisa escolar é solicitada.


  1. Procure pesquisar em fontes confiáveis. Fontes impressas (livros, apostilas etc.) costumam ter informações mais seguras. As fontes virtuais (sites) também são válidas, mas lembrem-se de que elas podem trazer dados incorretos ou equivocados.
  2. Não transforme seu trabalho em uma simples cópia de materiais prontos. Fazendo isso, além de não aprender nada você ainda corre o risco de ter seu trabalho anulado. O ideal é ler todo o material pesquisado, destacar as principais informações que ele traz e escrever um texto, explicando-as com suas próprias palavras.
  3. Seja o mais específico possível no título do seu trabalho. Escrever na capa simplesmente "trabalho de português" não deixa claro o assunto abordado.
  4. Escreva o trabalho em um dia e releia-o no outro. Dessa forma, fica mais fácil perceber partes que contenham erros ou que estejam confusas.
  5. Peça para algum amigo ou parente que leia seu trabalho. Eles podem perceber as partes erradas ou confusas que passaram despercebidas por você.
  6. Sempre que for utilizar imagens, acrescente a elas legendas.
  7. Caso o trabalho seja digitado, garanta que a fonte utilizada seja única no arquivo todo. Também é importante utilizar uma fonte de fácil leitura. As mais comuns são a Arial e a Times New Roman.
  8. Atente também para o tamanho da letra: os textos podem ser em tamanho 11, enquanto os títulos podem ser escritos em fonte 18 e os subtítulos, em fonte 12.
  9. Não se esqueça do espaçamento existente antes do início de um parágrafo!
Sobre a divisão do trabalho, uma boa organização é a seguinte:

  • Sumário: relação dos assuntos abordados no trabalho, ordenados e com o número das páginas. Apenas a capa, a folha de rosto e o próprio sumário não devem constar nessa lista.
  • Introdução: explicação resumida do que se trata o trabalho.
  • Desenvolvimento: é a parte mais importante, pois aqui vão constar todas as informações pesquisadas. Caso o assunto seja muito extenso, esta parte pode ser dividida em capítulos.
  • Conclusão: o que aprendeu com o trabalho e seu ponto de vista sobre o assunto estudado.
  • Referências bibliográficas: lista com todos os livros, apostilas sites e quaisquer outros materiais utilizados como fonte de pesquisa.
Seguindo essas sugestões, vocês garantem a produção de trabalhos de qualidade.

Para escrever essas dicas, baseei-me em um texto publicado no site Sua Pesquisa.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Roteiro de Estudos - 3º bimestre (1ª série)

Queridos alunos,

Segue relação de perguntas para o Roteiro de Estudos do 3º bimestre:
  1. Quais as principais características do Trovadorismo português?
  2. Quais as principais características do Humanismo português?
  3. Quem foi Gil Vicente? Quais são suas principais obras?
  4. Quais as principais características do Classicismo português?
  5. O que é um soneto?
  6. Quem foi Luís Vaz de Camões? Quais são suas principais obras?
  7. O que foi o Quinhentismo?
  8. Quem foi Pero Vaz de Caminha? Qual sua relação com a literatura?
  9. Qual a relação entre texto/intertextualidade e discurso/interdiscursividade?
  10. O que é coesão textual?
  11. O que é coerência textual?
Copiem as perguntas no caderno e respondam cada uma da forma mais completa possível. Para isso, podem consultar o caderno, o Caderno do Aluno, o Livro Didático e a internet.

Entre os dias 05 e 09/09, faremos a correção dessas questões, para que todos estejam preparados para a Avaliação do dia 13/09.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Compensação de ausências (1ª série)

Queridos alunos,

Para aqueles que perderam mais de 25% das aulas do 2º bimestre, segue uma proposta de trabalho para compensar algumas dessas aulas.

O trabalho abordará os principais temas estudados no semestre. Deverá conter capa, folha de rosto etc., conforme o modelo de trabalho. Serão três capítulos no total, cada um sobre um tema, conforme segue:

Capítulo 1 - Figuras de linguagem (livro didático, páginas 100 a 112)

  • Explicar o que são figuras de linguagem;
  • Explicar, com exemplos, as principais figuras de linguagem relacionadas ao sentido;
  • Explicar, com exemplos, as principais figuras de linguagem relacionadas à sintaxe.

Capítulo 2 - Gêneros literários (livro didático, páginas 32 a 35)

  • Explicar o que é gênero do discurso;
  • Explicar cada um dos gêneros literários;
  • Pesquisar e citar exemplos diferentes e atuais de cada gênero literário.

Capítulo 3 - Trovadorismo (livro didático, páginas 62 a 67)

  • Explicar o contexto histórico do Trovadorismo;
  • Explicar as principais características do Trovadorismo (trovador, jogral, cantigas etc.);
  • Explicar, com exemplos, os quatro tipos de cantigas existentes no Trovadorismo português.

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A entrega do trabalho deverá ser feita até dia 09/09.

Fico à disposição para eventuais dúvidas.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Os Lusíadas (1ª série)

Queridos alunos,

Conforme conversamos em sala de aula, entre os 10 cantos que compõem a obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, três episódios merecem especial atenção: Inês de Castro, o velho do Restelo e o gigante Adamastor. Seguem alguns vídeos que trazem informações detalhadas sobre cada uma dessas passagens:

Inês de Castro



Velho do Restelo (vídeo sobre todo o canto IV, que termina com essa passagem)



O gigante Adamastor



Bons estudos!


Prof.ª Teresa Cristina


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Brincar de índio (7ºB)

Queridos alunos,

Conforme conversamos na aula de sexta-feira passada (05/08), há um vídeo bastante polêmico sobre a imagem que nós temos sobre os índios brasileiros. Trata-se de uma apresentação da música Brincar de Índio, da Xuxa, feita em seu programa em 1989. Nela, um grupo de índios foi convidado para fazer uma participação. Vejam o resultado:


Notem o desconforto dos índios, e suas caras de quem não estava entendendo nada.

Como esse vídeo relaciona-se com a imagem padrão (rótulo) que temos sobre os povos indígenas brasileiros? Continuaremos esta conversa na sexta-feira, durante nossa aula de leitura.

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

Classicismo (1ª série)

Queridos alunos,

Para quem ainda tem dúvidas sobre o Classicismo, que começamos a estudar esta semana, segue uma vídeo-aula sobre esse assunto:


E para quem não entendeu muito bem a história da escanção métrica (divisão de sílabas de um poema), segue um vídeo que explica não só a medida nova, que encontraremos muito nos sonetos que estudaremos a seguir, como também a medida velha (redondilhas maior e menor):


Para terminar, um soneto muito famoso de Vinicius de  Moraes, para vocês treinarem a escanção e a identificação das rimas:

Soneto da Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Trabalho sobre classe de palavras (1ª série)

Queridos alunos,

Para auxiliá-los na execução do trabalho sobre classes de palavras que vocês deverão realizar nos grupos, segue um roteiro com instruções e informações que deverão constar no trabalho sobre cada uma das classes gramaticais:

Roteiro para o trabalho

Fico à disposição para ajudá-los com quaisquer dúvidas que ainda restem!

Lembrem-se que a parte escrita do trabalho deverá ser entregue até 02/09, e que ela deverá ser feita seguindo o padrão ABNT informado em sala (capa, folha de rosto, sumário, introdução, conclusão e referências bibliográficas).

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Humanismo, Gil Vicente e seu Auto da Barca do Inferno (1ª série)

Queridos alunos,

A fim de ajudá-los a entender ainda mais o Humanismo, segue uma vídeo-aula sobre esse assunto:


E para concluir o assunto, segue uma áudio-dramatização do Auto da Barca do Inferno, uma das obras de Gil Vicente, um dos principais nomes do Humanismo Português:


Espero que gostem!

Bons estudos,


Prof.ª Teresa Cristina

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) - Epílogo

A chegada de Filipe, Fabrício e Leopoldo veio dar ainda mais viveza ao prazer que reinava na gruta. O projeto de casamento de Augusto e D. Carolina não podia ser um mistério para eles, tendo sido como foi, elaborado por Filipe, de acordo com o pai do noivo, que fizera a proposta, e com o velho amigo, que ainda no dia antecedente viera concluir os ajustes com a senhora D. Ana; e, portanto, o tempo que se gastaria em explicações passou-se em abraços.

 - Muito bem! muito bem! disse por fim Filipe; quem pôs o fogo ao pé da pólvora fui eu, que obriguei Augusto a vir passar o dia de Sant’Ana conosco.

 - Então estás arrependido?...

 - Não, por certo, apesar de me roubares minha irmã. Finalmente para este tesouro sempre teria de haver um ladrão: ainda bem que foste tu que o ganhaste.

 - Mas, meu maninho, ele perdeu ganhando...

 - Como?...

 - Estamos no dia 20 de agosto: um mês!

 - É verdade! um mês! exclamou Filipe.

 - Um mês!... gritaram Fabrício e Leopoldo.

 - Eu não entendo isto! disse a senhora D. Ana.

 - Minha boa avó, acudiu a noiva, isto quer dizer que finalmente está presa a borboleta.

 - Minha boa avó, exclamou Filipe, isto quer dizer que Augusto deve-me um romance.

 - Já está pronto, respondeu o noivo.

 - Como se intitula?

 - A Moreninha.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) - Capítulo 23

A Esmeralda e o Camafeu


Dona Carolina passou uma noite cheia de pena e de cuidados, porém já menos ciumenta e despeitada; a boa avó livrou-a desses tormentos; na hora do chá, fazendo com habilidade e destreza cair a conversação sobre o estudante amado, disse:

 - Aquele interessante moço, Carolina, parece pagar-nos bem a amizade que lhe temos, não entendes assim?...

 - Minha avó... eu não sei.

 - Dize sempre, pensarás acaso de maneira diversa?...

A menina hesitou um instante, e depois respondeu:

 - Se ele pagasse bem, teria vindo domingo.

 - Eis uma injustiça, Carolina. Desde sábado à noite que Augusto está na cama, prostrado por uma enfermidade cruel.

 - Doente?! exclamou a linda Moreninha, extremamente comovida. Doente?... em perigo?...

 - Graças a Deus, há dois dias ficou livre dele; hoje já pôde chegar à janela, assim me mandou dizer Filipe.

 - Oh! pobre moço!... se não fosse isso teria vindo ver-nos!...

E, pois, todos os antigos sentimentos de ciúme e temor da inconstância do amante se trocaram por ansiosas inquietações a respeito de sua moléstia.

No dia seguinte, ao amanhecer, a amorosa menina despertou e, buscando o toucador, há uma semana esquecido, dividiu seus cabelos nas duas costumadas belas tranças, que tanto gostava de fazer ondear pelas espáduas, vestiu o estimado vestido branco e correu para o rochedo.

 - Eu me alinhei, pensava ela, porque, enfim... hoje é domingo e talvez... Como ontem já pôde chegar à janela, talvez consiga com algum esforço vir ver-me.

E quando o sol começou a refletir seus raios sobre o liso espelho do mar, ela principiou também a cantar sua balada:

“Eu tenho quinze anos,
E sou morena e linda”

Mas, como por encanto, no instante mesmo em que ela dizia no seu canto:

“Lá vem sua piroga
Cortando leve os mares”

um lindo batelão apareceu ao longe, voando com asa intumescida para a ilha.

Com força e comoção desusadas bateu o coração a D. Carolina, que calou-se para só empregar no batel que vinha atentas vistas, cheias de amor e de esperança. Ah! era o batel suspirado.

Quando o ligeiro barquinho se aproximou suficientemente, a bela Moreninha distinguiu dentro dele Augusto, sentado junto de um respeitável ancião, a quem não pôde conhecer; então, ela vendo que chegavam à praia, fingiu não tê-los sentido e continuou sua balada:

“Enfim, abica à praia
Enfim, salta apressado...”

Augusto, com efeito, saltava nesse momento fora do batel, e depois deu a mão a seu pai, para ajudá-lo a desembarcar; e D. Carolina, que ainda não mostrava dar fé deles, prosseguiu seu canto, até que, quando dizia:

“Quando há de ele correr
Somente pra me ver...”

sentiu que Augusto corria para ela. Prazer imenso inundava a alma da menina, para que possa ser descrito; como todos prevêem, a balada foi nessa estrofe interrompida e D. Carolina, aceitando o braço do estudante, desceu do rochedo e foi cumprimentar o pai dele.

Ambos os amantes compreenderam o que queria dizer a palidez de seus semblantes e os vestígios de um padecer de oito dias; guardaram silêncio; não tiveram uma palavra para pronunciar; tiveram só olhares para trocar e suspiros a verter. E para que mais?...

A Sra. D. Ana recebeu com sua costumada afabilidade o pai de Augusto e abraçou a este com ternura. Ao servir-se o almoço, ela lhe perguntou:

 - Por que não veio o meu neto?

 - Ficou para vir mais tarde, com os nossos dois amigos Leopoldo e Fabrício.

 - Então teremos um excelente dia.

 - Eu o espero.

Uma hora depois o pai de Augusto e a Sra. D. Ana conferenciavam a sós, e os dois namorados achavam-se, defronte um do outro, no vão de uma janela.

E eles continuavam no silêncio, mas olhavam-se com fogo.

Augusto parecia querer comunicar alguma coisa bem extraordinária à sua interessante amada, porém sempre estremecia ao entreabrir os lábios.

E D. Carolina, cônscia já de sua fraqueza, e como lembrando-se dos pesares que tinha sofrido, não sabia mais servir-se de seus sorrisos com a malícia do tempo da liberdade e mostrava-se esquecida de seu viver de alegrias e travessuras.

Alguma grande resolução obrigava o moço a estar silencioso, como tremendo pelo êxito dela?...

No fim de muito tempo eles haviam conseguido dizer-se:

 - O mar está bem manso.

 - O dia está sereno.

Felizmente para eles a Sra. D. Ana os convidou a entrar no gabinete. Augusto para aí se dirigiu tremendo, D. Carolina curiosa. Quando eles se sentaram, o ancião falou:

 - Augusto, eu acabo de obter desta respeitável senhora a honra de te julgar digno de pretenderes a mão de sua linda neta, agora resta que alcances o sim da interessante pessoa que amas. Fala.

Tanto D. Carolina como o pobre estudante ficaram cor de nácar; houve bons cinco minutos de silêncio: o pai de Augusto instou para que ele falasse. E o bom do rapaz não fez mais que olhar para a moça, com ternura, abrir a boca e fechá-la de novo, sem dizer palavra.

A Sra. D. Ana tomou então a palavra e disse sorrindo-se:

 - Enfim, é necessário que os ajudemos. Carolina, o Sr. Augusto te ama e te quer para sua esposa; tu que dizes?...

Nem palavra.

Foi preciso que se repetisse pela terceira vez a pergunta, para que a menina, sem levantar a cabeça, murmurasse apenas:

 - Minha avó... eu não sei.

 - Pois creio que ninguém melhor que tu o poderá saber. Desejas que eu responda em teu nome?...

A bela Moreninha pensou um momento... não pôde vencer-se, sorriu-se como se sorria dantes, e erguendo a cabeça, disse:

 - Eu rogo que daqui a meia hora se vá receber a minha resposta na gruta do jardim.

 - Quererás consultar a fonte? Pois bem, iremos.

D. Carolina saiu com ar meio acanhado e meio maligno. Passados alguns instantes a Sra. D. Ana, como quem estava certa do resultado da meia hora de reflexão, e já por tal podia gracejar com os noivos, disse a Augusto:

 - O Sr. não quer refletir também no jardim?

O estudante não esperou segundo conselho e para logo dirigiu-se à gruta. D. Carolina estava sentada no banco de relva, e seu rosto, sem poder ocultar a comoção e o pejo que lhe produziu o objeto de que se tratava, tinha, contudo, retomado o antigo verniz do prazer e malícia. Vendo entrar o moço disse:

 - Eu creio que ainda se não passou meia hora.

 - Ah! podia eu esperar tanto tempo?...

 - Acaso veio perguntar-me alguma coisa?...

 - Não, minha senhora, eu só venho ouvir a minha sentença.

 - Então... pede-me para sua esposa?...

 - A senhora o ouviu há pouco.

 - Pois bem, Sr. Augusto, veja como verificou-se o prognóstico que fiz do seu futuro! Não se lembra que aqui mesmo lhe disse “que não longe estava o dia em que o Sr. havia de esquecer sua mulher”?

 - Mas eu nunca fui casado... murmurou o estudante!...

 - Oh! isso é uma recomendação contra a sua constância!...

 - E quem tem culpa de tudo, senhora?

 - Muito a tempo ainda me lança em rosto a parte que tenho na sua infidelidade, pois, eu emendarei a mão agora. O senhor há de cumprir a palavra que deu há sete anos!

Augusto recuou dois passos.

 - O senhor é um moço honrado, continuou a cruel Moreninha, e, portanto, cumprirá a palavra que deu, e só casará com sua desposada antiga.

 - Oh!... agora já é impossível!

 - Ela deve ser uma bonita moça!... teria razão de queixar-se contra mim, se eu roubasse um coração que lhe pertence... até por direito de antiguidade; ora eu, apesar de ser travessa, não sou má, e, portanto, o senhor só será esposo dessa menina.

 - Jamais!

 - Juro-lhe que há de sê-lo.

 - E quem me poderá obrigar?

 - Eu, pedindo.

 - A senhora?

 - E a honra, mandando.

 - Para que, pois, animou o amor que pela senhora sinto?...

 - Para satisfazer as minhas vaidades de moça, somente para isso. Eu o ouvi gabar-se de que nenhuma mulher seria capaz de conservá-lo em amoroso enleio por mais de três dias, e desejei vingar a injúria feita ao meu sexo. Trabalhei, confesso que trabalhei por prendê-lo; fiz talvez mais do que devia, só para ter a glória de perguntar-lhe uma vez, como agora o faço: “Então, senhor, quem venceu: o homem ou a mulher?...”

 - Foi a beleza.

 - Porém já passou o tempo do galanteio, e eu devo lembrar-lhe o dever que com a paixão esquece. Escute: na idade de treze anos o senhor amou uma linda e travessa menina, que contava apenas sete.

 - Já a senhora em outra ocasião me disse isso mesmo.

 - Junto ao leito de um moribundo jurou que havia de amá-la para sempre.

 - Foi um juramento de criança.

 - Embora, foi um juramento; trocou com ela aí mesmo prendas de amor, e quando a menina lhe apresentar a que recebeu e lhe pedir a que lhe ofereceu e o senhor aceitou?...

 - Ah! senhora!...

 - Quando o velho moribundo, dando-lhe o breve de cor branca disse: tomai este breve, cuja cor exprime a candura da alma daquela menina; ele contém o vosso camafeu; se tendes bastante força para ser constante e amar para sempre aquele belo anjo, dai-lho, para que ela o guarde com desvelo. Por que deu o senhor o breve à menina?...

 - Porque eu era um louco, uma criança?

 - E nem ao menos se lembra de que o velho disse com voz inspirada: “Deus paga sempre a esmola que se dá ao pobre!... lá no futuro vós o sentireis”? Não tem o senhor esperança de ver realizar-se essa bela profecia? não se lembra de ouvi-la? Pois ela soou bem docemente no meu coração quando às escondidas, a escutei repetida nesta gruta por seus lábios.

 - Oh! mas por que Deus não me prendeu a essa menina nos laços indissolúveis, antes que eu visse o lindo anjo desta ilha?

 - E como, senhor, posso eu acreditar nos seus protestos de ternura e constância, se já o vejo faltar à fé a uma outra?... Senhor! senhor! o que foi que prometeu há sete anos passados?...

 - Então eu não pensava no que fazia.

 - E agora pensa no que quer fazer?

 - Penso que sou um desgraçado, um louco!... penso que é uma barbaridade inqualificável que, enquanto eu padeço, e sofro mil torturas, deixe a senhora brincar nos seus lábios o sorriso com que costuma encantar para matar. Penso...

 - Acabe!

 - Penso que devo fugir para sempre desta ilha fatal, deixar aquela cidade detestável, abandonar esta terra de minha pátria, onde não posso ser outra vez feliz!... penso que a lembrança do meu passado faz a minha desgraça, que o presente me enlouquece e me mata, que o futuro... Oh! já não haverá futuro para mim! Adeus senhora!...

 - Então, parte?...

 - E para sempre.

D. Carolina deixou cair uma lágrima e falou ainda, mas já com voz fraca e trêmula:

 - Sim, deve partir... vá... Talvez encontre aquela a quem jurou amor eterno... Ah! senhor! nunca lhe seja perjuro.

 - Se eu encontrasse!...

 - Então?... que faria?...

 - Atirar-me-ia a seus pés, abraçar-me-ia com eles e lhe diria: “Perdoai-me, perdoai-me, senhora, eu já não posso ser vosso esposo! tomai a prenda que me deste...”

E o infeliz amante arrancou debaixo da camisa um breve, que convulsivamente apertou na mão.

 - O breve verde!... exclamou D. Carolina, o breve que contém a esmeralda!...

 - Eu lhe diria, continuou Augusto: “recebei este breve que já não devo conservar, porque eu amo outra que não sois vós, que é mais bela e mais cruel do que vós!...”

A cena se estava tornando patética; ambos choravam e só passados alguns instantes a inexplicável Moreninha pôde falar e responder ao triste estudante.

 - Oh! pois bem, disse; vá ter com sua desposada, repita-lhe o que acaba de dizer, e se ela ceder, se perdoar, volte que eu serei sua... esposa.

 - Sim... eu corro... Mas, meu Deus, onde poderei achar essa moça a quem não tornei a ver, nem poderei conhecer?... onde meu Deus?... onde?...

E tornou a deixar correr o pranto, por um momento suspendido.

 - Espere, tornou D. Carolina, escute, senhor. Houve um dia, quando a minha mãe era viva, em que eu também socorri um velho moribundo. Como o senhor e sua camarada, matei a fome de sua família e cobri a nudez de seus filhos; em sinal de reconhecimento também este velho me fez um presente: deu-me uma relíquia milagrosa que, asseverou-me ele, tem o poder uma vez na vida de quem a possui, de dar o que se deseja; eu cosi essa relíquia dentro de um breve; ainda não lhe pedi coisa alguma, mas trago-a sempre comigo; eu lha cedo... tome o breve, descosa-o, tire a relíquia e à mercê dela encontre sua antiga amada. Obtenha o seu perdão e me terá por esposa.

 - Isto tudo me parece um sonho, respondeu Augusto, porém, dê-me, dê-me esse breve!

A menina, com efeito, entregou o breve ao estudante, que começou a descosê-lo precipitadamente. Aquela relíquia, que se dizia milagrosa, era sua última esperança; e, semelhante ao náufrago que no derradeiro extremo se agarra à mais leve tábua, ele se abraçava com ela. Só falta a derradeira capa do breve... ei-la que cede e se descose... salta uma pedra... e Augusto, entusiasmado e como delirante, cai aos pés de D. Carolina, exclamando:

 - O meu camafeu!... o meu camafeu!...

A senhora D. Ana e o pai de Augusto entram nesse instante na gruta e encontram o feliz e fervoroso amante de joelhos e a dar mil beijos nos pés da linda menina, que também por sua parte chorava de prazer.

 - Que loucura é esta? perguntou a senhora D. Ana.

 - Achei minha mulher!... bradava Augusto; encontrei minha mulher!

 - Que quer dizer isto, Carolina?...

 - Ah! minha boa avó!... respondeu a travessa Moreninha ingenuamente: nós éramos conhecidos antigos.

terça-feira, 26 de julho de 2016

A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) - Capítulo 22

Mau Tempo


Tristes dias têm-se arrastado. Augusto está desesperado. Voltando da ilha de..., depois daquele belo dia da declaração de amor, achou na Corte seu pai e em poucos momentos teve de concluir, da severidade com que era tratado, que já alguém o havia prevenido das suas loucuras e dos muitos pontos que ultimamente tinha dado nas aulas. A mais bem merecida repreensão, e um discurso cheio de conselhos e admoestações, vieram por fim dar-lhe a certeza de que o seu bom velho estava ciente de tudo.

Para coroar a obra, contra o costume do maior número dos nossos agricultores, que, quando vêm à cidade, estão no caso do fogo viste lingüiça? e ainda bem não puseram os pés no Largo do Paço já têm os pés na Praia Grande (que por estes bons cinqüenta anos há de continuar a ser Praia Grande, apesar de a terem crismado Niterói), o pai de Augusto não falava em voltar para a roça; e, a julgar-se pelo sossego e vagar com que tratava os menos importantes negócios, parecia haver esquecido a moagem e a safra.

Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de... e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo no seu quarto.

Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado, que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe: acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito destravado, por mais força que se faça mais o maldito rasga, esburaca e se profunda. Portanto, muita indústria deve ter quem o quer pôr na rua, e para consegui-lo convém ir despedindo-o com bons modos, parlamentares oferecimentos e nunca bater-lhe com a porta na cara. Porém os homens, mal passam de certa idade, só se lembram do seu tempo para gritar contra o atual e esquecem completamente os ardores da mocidade. O resultado disso é o mesmo que tirará o pai de Augusto da energia e violência com que procura apagar a paixão do filho.

Já era tarde. Augusto ama deveras, e pela primeira vez em sua vida; e o amor, mais forte que seu espírito, exercia nele um poder absoluto e invencível. Ora, não há idéias mais livres que as do preso; e, pois, o nosso encarcerado estudante soltou as velas da barquinha de sua alma, que voou atrevida por esse mar imenso da imaginação: então, começou a criar mil sublimes quadros e em todos eles lá aparecia a encantadora Moreninha, toda cheia de encantos e graças; viu-a, com seu vestido branco, esperando-o em cima do rochedo; viu-a chorar, por ver que ele não chegava, e suas lágrimas queimavam-lhe o coração. Ouviu-a acusá-lo de inconstante e ingrato; daí a pouco pareceu-lhe que ela soluçava, escutou um grito de dor semelhante a esse que soltara no primeiro dia que ele tinha passado na ilha! Aqui, foi o nosso estudante às nuvens; saltou exasperado fora do leito em que se achava deitado, passeou a largos passos por seu quarto, acusou a crueldade dos pais, experimentou se podia arrombar a porta, fez mil planos de fuga, esbravejou, escabelou-se e, como nada disso lhe valesse, atirou com todos os seus livros para baixo da cama e deitou-se de novo, jurando que não havia de estudar dois meses. Carrancudo e teimoso, mandou voltar o almoço, o jantar e a ceia que lhe trouxeram, sem tocar num só prato; e sentindo que seu pai abria a porta do quarto, sem dúvida para vir consolá-lo e dar-lhe salutares conselhos, voltou o rosto para a parede e principiou a roncar como um endemoninhado.

 - Já dormes, Augusto? perguntou o bom pai, abrindo as cortinas do leito.

A única resposta que obteve foi um ronco que mais assemelhou-se a um trovão.

O experimentado velho fingiu ter-se deixado enganar e, retirando-se, trancou a porta ao pobre estudante.

Uma noite de amargor foi, então, a que se passou para este; na solidão e silêncio das trevas, a alma do homem que padece é, mais que nunca, toda de sua dor; concentra-se, mergulha-se inteira em seu sofrimento, não concebe, não pensa, não vela e não se exalta se não por ele. Isto aconteceu a Augusto, de modo que, ao abrir-se na manhã seguinte a porta do quarto, o pai veio encontrá-lo ainda acordado, com os olhos em fogo e o rosto mais enrubescido que de ordinário.

Augusto quis dar dois passos e foi preciso que os braços paternais o sustivessem para livrá-lo de cair.

 - Que fizeste, louco? perguntou o pai, cuidadoso.

 - Nada, meu pai; passei uma noite em claro, mas... eu não sofro nada .

Oh! ele queria dizer que sofria muito!

Imediatamente foi-se chamar um médico que, contra o costume da classe, fez-se esperar pouco.

Augusto sujeitou-se com brandura ao exame necessário e quando o médico lhe perguntou:

 - O que sente?

Ele respondeu, com toda fria segurança do homem determinado:

 - Eu amo.

 - E mais nada?

 - Oh! Sr. doutor, julga isso pouco?

E além destas palavras não quis pronunciar mais uma única sobre o seu estado. E, contudo, ele estava em violenta exacerbação. O médico deu por terminada a sua visita. Algumas aplicações se fizeram e um dos colegas de Augusto, que o tinha vindo procurar, fez-lhe o que chamou uma bela sangria de braço.

A enfermidade de Augusto não cedeu, porém, com tanta facilidade como a princípio supôs o médico; três dias se passaram sem conseguir-se a mais insignificante melhora; uma mudança apenas se operou: a exacerbação foi seguida de um abatimento e prostração de forças notável; sua paixão, que também se desenhava no ardor dos olhares, na viveza das expressões e na audácia dos pensamentos, tomou outro tipo: Augusto tornou-se pálido, sombrio e melancólico; horas inteiras se passavam sem que uma só palavra fosse apenas murmurada, por seus lábios, prolongadas insônias eram marcadas minuto a minuto por dolorosos gemidos, e seus olhos, amortecidos, como que obsequiavam a luz quando por acaso se entreabriam. Na visita do quarto dia o médico disse ao pai de Augusto:

 - Não vamos bem...

Uma idéia terrível apareceu então no pensamento do sensível velho: a possibilidade de morrer seu filho, a flor de suas esperanças, e tal idéia derramou em seu coração todo esse fel, cujo amargor só pode sentir a alma de um pai; e entrou apressado e trêmulo no quarto do enfermo, e vendo-o prostrado no leito, como insensível, como meio morto, exclamou, com lágrimas nos olhos:

 - O meu filho!... meu filho!... por que me queres matar?

Um brando favônio de vida passeou pelo rosto de Augusto; seus olhos se abriram, um leve sorriso de gratidão lhe alisou os lábios, também duas lágrimas ficaram penduradas em suas pálpebras e ele, tomando e beijando a mão paterna, murmurou com voz sumida e terna:

 - Meu pai... tão bom!...

Doces frases que retumbaram com mais doçura ainda no coração do velho.

 - Querido louco!... disse ele: tu me obrigas a fazer loucuras!

E saiu do quarto e logo depois de casa, mas, voltando passadas algumas horas, entrou de novo na câmara do doente; fez retirar todas as pessoas que aí se achavam e, ficando só com ele, deu-lhe, provavelmente, algum elixir tão admirável, que as melhoras começaram a aparecer como por encantamento, no mesmo instante. Que milagre não será capaz de fazer o amor dos pais?

Novidades do mesmo gênero perturbavam a paz e os prazeres da ilha de... D. Carolina também padecia. Os nossos amantes acabavam de chegar ao sentimental e, com seu sentimentalismo, estavam azedando a vida dos que lhes queriam bem. Os namorados são semelhantes às crianças: primeiro divertem-nos com suas momices, depois incomodam-nos choramingando.

A bela Moreninha tinha visto romper a aurora do domingo no rochedo da gruta, e, tendo debalde esperado o seu estudante até alto dia, voltou para casa arrufada. No almoço não houve prato que não acusasse de mal temperado: faltava-lhe o tempero do amor; o chá não se podia tomar, o dia estava frio de enregelar, toda a gente de sua casa a olhava com maus olhos; seu próprio irmão tinha um defeito imperdoável: era estudante... Pertencia a uma classe, cujos membros eram, sem exceção, sem exceção nenhuma, (bradava ela lindamente enraivecida) falsos, maus, mentirosos e até... feios. À tarde sentiu-se incomodada. Retirou-se, não ceou e não dormiu.

Tudo neste mundo é mais ou menos compensado; o amor não podia deixar de fazer parte da regra. Ele, que de um nadazinho tira motivos para o prazer de dias inteiros, que de uma flor já murcha engendra o mais vivo contentamento, que por um só cabelo faz escarcéus tais, que nem mesmo a sorte grande os causaria, que por uma cartinha de cinco linhas põe os lábios de um pobre amante em inflamação aguda com o estalar de tantos beijos, se não produzisse também agastados arrufos, às vezes algumas cólicas, outras amargores de boca, palpitações, ataques de hipocondria, pruído de canelas, etc., seria tão completa a felicidade cá embaixo, que a terra chegaria a lembrar-se de ser competidora do céu.

Um exemplo dessa regra está sendo a nossa cara menina. Coitadinha! vai passando uma semana de ciúmes e amarguras. Acordando-se ao primeiro trinar do canário, ela busca o rochedo, e, com os olhos embebidos no mar, canta muitas vezes a balada de Aí, repetindo com fogo a estrofe que tanto lhe condiz, por principiar assim:

“Eu tenho quinze anos,
E sou morena e linda.”

E quando o sol começa a fazer-se quente, deixa o rochedo, para passar o dia inteiro no fundo do gabinete, ou ao lado de sua boa avó, que mal pode consolá-la, porque, conhecendo já a causa da tristeza da querida neta, teme vê-la fugir vermelha de pejo, se não fingir com finura que ignora o estado de seu coração.

O dia de sexta-feira trouxe ainda algumas novidades à ilha de... A Sra. D. Ana recebeu cartas que a tornaram talvez menos triste, mas sem dúvida muito pensativa. A presença da linda neta parecia alentar mais essas reflexões, que se prolongaram até a tarde do dia seguinte, em que um velho e particular amigo de sua família veio da Corte visitá-la e com a respeitável senhora ficou duas horas conferenciando a sós.

Esse homem despediu-se, enfim, da Sra. D. Ana, deixando-a cheia de prazer; e, no momento em que saltava dentro do seu batel, vendo a interessante Moreninha que tristemente passeava à borda do mar, saudou-a com esta simples palavra, apontando para o céu:

 - Esperança!

D. Carolina levantou a cabeça e viu que já o batel cortava as ondas, mas, como para corresponder a tão animador cumprimento, ela, por sua vez, apontou também para o céu, e pondo a outra mão no lugar do coração disse:

 - Esperarei!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) - Capítulo 21

Segundo Domingo: Brincando com Bonecas (1)


Raiou o belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos, saudades de esperanças. Augusto está viajando: já não é mais aquele mancebo cheio de dúvidas e temores da semana passada, é um amante que acredita ser amado e que vai, radiante de esperanças, levar à sua bela mestra a lição de marca que lhe foi passada. O prognóstico de D. Carolina, na gruta encantada, se vai verificando: Augusto está completamente esquecido da aposta que fez e do camafeu que outrora deu à sua mulher. Um bonito rosto moreninho fez olvidar todos esses episódios da vida do estudante. D. Carolina triunfa e seu orgulho de despotazinha de quantos corações conhece deveria estar altaneiro, se ela não amasse também.

Como da primeira vez, Augusto vê o dia amanhecer-lhe no mar; e, como na passada viagem, avista sobre o rochedo o objeto branco, que vai crescendo mais e mais, à medida que seu batelão se aproxima, até que distintamente conhece nele a elegante figura de uma mulher, bela por força; mas desta vez, não como da outra, essa figura se demora sobre o rochedo, não desaparece como um sonho, é uma bonita realidade, é D. Carolina que só desce dele para ir receber o feliz estudante que acaba de desembarcar.

 - Minha bela mestra!...

 - Meu aprendiz!... já sei que traz nome bem marcado.

 - Oh! sempre precisarei que me queira puxar as orelhas.

 - Não, eu não farei tal na lição de hoje.

 - E se eu merecer?

 - Talvez.

 - Então errarei toda a lição.

Eles se sorriram, mas Filipe acaba de chegar e todos três vão pela avenida se dirigindo a casa.

Ter a ventura de receber o braço de uma moça bonita e a quem se ama, apreciar sobre si o doce contato de uma bem torneada mão, que tantas noites se tem sonhado beijar; roçar às vezes com o cotovelo um lugar sagrado, voluptuoso e palpitante; sentir sob sua face perfumado bafo que se esvaiu dentre os lábios virginais e nacarados, cujo sorrir se considera um favor do céu; o apanhar o leque que escapa da mão que estremeceu, tudo isso... mas para que divagações? que mancebo há aí, de dezesseis anos por diante, que não tenha experimentado esses doces enleios, tão leves para a reflexão e tão graves e apreciáveis para a imaginação de quem ama? Pois bem, Augusto os está gozando neste momento; mas, porque só a ele é isto de grande entidade, e convém dizer apenas o que absolutamente se faz preciso, pode-se, sem inconveniente, abreviar toda a história de duas horas, dizendo-se: almoçaram e chegou a hora da lição.

 - Vamos, disse D. Carolina a Augusto, que estava já sentado a seus pés e em sua banquinha; vamos, meu aprendiz, o senhor comprometeu-se a trazer-me um nome marcado pela sua mão; que nome marcou?

 - Entendi que devia ser o nome da minha bela mestra.

Ela não esperava outra resposta.

 - Vamos, pois, ver a sua obra, continuou, e creia que estou pouco disposta a perdoar-lhe, como fiz na lição passada. Venha a marca.

Augusto apresentou então um finíssimo lenço aos olhos da sua bela mestra, que teve de ler em cada ângulo dele o nome Carolina e no centro o dístico Minha bela mestra. Tudo estava primorosamente trabalhado; preciso é confessar: o aprendiz havia marcado melhor do que nunca o tivera feito D. Carolina.

Augusto esperava com ansiedade ver brilhar nos olhos de sua bonita querida o prazer da gratidão; fruía já de antemão o terno agradecimento com que contava, quando viu, com espanto, que sua bela mestra ia gradualmente corando e por fim se fez vermelha de cólera e de despeito.

 - Nunca a mão grosseira de um homem poderia marcar assim!... disse ela a custo.

 - Mas, minha bela mestra...

 - Eu quero saber quem foi! exclamou com força.

 - Eu não entendo...

 - Foi uma mulher! isso não carece que me diga. Uma moça que lhe marcou este lenço para o senhor vir zombar e rir-se de mim, de minha credulidade, de tudo...

 - Minha senhora...

 - Vejam!... já nem me quer chamar sua mestra!... agora só sabe dizer “minha senhora!”...

A interessante jovem acabava de ser inesperadamente assaltada de um acesso de ciúme. Augusto estava espantado e a Sra. D. Ana, levantando os olhos ao escutar a última exclamação de sua neta, viu-a correndo para ela.

 - Que é isto menina? perguntou.

 - Veja, minha querida avó: aqui está a marca que ele me traz! Eu queria um nome muito mal feito, uma barafunda que se não entendesse, o pano suado e feio, tudo mau, tudo péssimo; eu me riria com ele. Sabe, porém, o que fez? foi para a Corte tomar outra mestra, que não há de ter a minha paciência, nem o meu prazer, mas que marca melhor que eu, que é mais bonita!... veja, minha querida avó; ele tem outra mestra, outra bela mestra!...

E dizendo isto, ocultou o rosto no seio da extremosa senhora e começou a soluçar.

 - Que loucura é essa, menina? que tem que ele tomasse outra mestra? pois por isso choras assim?

 - Mas nem me quer dizer o nome dela!... Que me importa que seja moça ou bonita? nada tenho com isso, porém, quero saber-lhe o nome, só o nome!...

Então ela ergueu-se e, com os olhos ainda molhados, com a voz entrecortada, mas com toda a beleza da dor e delírio do ciúme, voltou-se para Augusto e perguntou:

 - Como se chama ela?

 - Juro que não sei.

 - Não sabe?...

 - Quis trazer um lenço bem marcado para ostentar meus progressos e motivar alguns gracejos e mandei-o encomendar a uma senhora muito idosa, que vive destes trabalhos.

 - Muito idosa?...

 - É verdade.

 - Não lhe deram este lenço?

 - Paguei-o.

 - Pois eu o rasgo...

 - Pode o fazer.

 - Ei-lo em tiras.

 - Que fazes, Carolina? exclamou a Sra. D. Ana, querendo, já tarde, impedir que sua neta rasgasse o lenço.

 - Fez o que cumpria, minha senhora, acudiu Augusto: exterminou o mau gênio que acabava de fazê-la chorar.

 - E que importa que eu rasgasse um lenço? minha querida avó, peço-lhe licença para dar um dos meus ao Sr. Augusto.

A Sra. D. Ana, que começava a desconfiar da natureza dos sentimentos da mestra e do aprendiz, julgou a propósito não dar resposta alguma, mas nem isso desnorteou a viva mocinha que, tirando de sua cesta de costura um lenço recentemente por ela marcado, o ofereceu a Augusto, dizendo:

 - Eu não admito uma só desculpa, não desejo ver a menor hesitação; quero que aceite este lenço.

Augusto olhou para a Sra. D. Ana, como para ler-lhe n’alma o que ela pensava daquilo.

 - Pois rejeita um presente de minha neta? perguntou a amante avó.

A resposta de Augusto foi um beijo na prenda de amor.

 - Agora, que já estamos bem, disse ele, vamos à minha lição.

 - Não, não, respondeu a bela mestra, basta de marcar; não me saí bem do magistério, chorei diante do meu aprendiz, não falemos mais nisto.

 - Então fui julgado incapaz de adiantamento?

 - Ao contrário, pelo trabalho que me trouxe, vi que o senhor estava adiantado demais; porém, sou eu quem tem outros cuidados.

 - Já tem cuidados?...

 - Quem é que deles não carece?... O pai de família tem os filhos, o senhor os seus livros e eu, que sou criança, tenho as minhas bonecas. Quer vê-las?

 - Com o maior prazer.

Um momento depois a sala estava invadida por uma enorme quantidade de bonecas, cada uma das quais tinha seus parentes, seus vestidos, jóias e um número extraordinário de bugiarias, como qualquer moça da moda as tem no seu toucador.

Ora, o tal bichinho chamado amor é capaz de amoldar seus escolhidos a todas as circunstâncias e de obrigá-los a fazer quanta parvoíce há neste mundo. O amor faz o velho criança, o sábio doido, o rei humilde cativo; faz mesmo, às vezes, com que o feio pareça bonito e o grão de areia um gigante. O amor seria capaz de obrigar um coxo a brincar o tempo-será, a um surdo o companheiro companhão e a um cego o procura quem te deu. O amor foi inventor das cabeleiras, dos dentes postiços que... mas, alto lá! que isto é bulir com muita gente; enfim, o amor está fazendo um estudante do quinto ano de Medicina passar um dia inteiro brincando com bonecas.

Com efeito, Augusto já sabe de cor e salteado todos os nomes dos membros daquela família; conhece os diversos graus de parentesco que existem entre eles, acalenta as bonecas pequenas, despe umas e veste outras, conversa com todas, examina o guarda-roupa, batiza, casa, em uma palavra, dobra-se aos prazeres de sua bela mestra, como uma varinha ao vento.

No entanto a Sra. D. Ana os observa cuidadosa; tem simpatizado muito Augusto, mas nem por isso quer entregar todo o futuro do objeto que mais ama no mundo ao só abrigo do nobre caráter e sérias qualidades que tem reconhecido no mancebo.

Como de costume, a tarde deve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior inimigo do amor é a civilidade. Augusto o sentiu, tendo de oferecer seu braço à Sra. D. Ana; mas esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o reservasse para a sua neta.

Filipe acompanhava sua avó e na viva conversação que entretinham, o nome de Augusto foi mil vezes pronunciado.

Uma vez Augusto e Carolina, que iam adiante, ficaram muito distantes do par que os seguia.

A mão da bela Moreninha tremia convulsamente no braço de Augusto e este apertava às vezes contra seu peito, como involuntariamente, essa delicada mão; alguns suspiros vinham também perturbá-los mais e havia dez minutos eles se não tinham dito uma palavra.

Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam; mas, ao sentir passos, voaram e assentando-se não longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura; e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...

Igual pensamento, talvez brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se acendeu um fogo, que era o do pejo. E o mancebo, apontando para as pombas, disse:

 - Elas se amam!

E a menina murmurou apenas:

 - São felizes!

 - Pois acredita que em amor possa haver felicidade?

 - Às vezes.

 - Acaso, já tem a senhora amado?

 - Eu?!... e o senhor?!

 - Comecei a amar há poucos dias.

A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:

 - E a senhora já amou também?

Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mas suspirou. Ele falou menos baixo:

 - Já ama também?...

Ela abaixou ainda mais os olhos e com voz quase extinta disse:

 - Não sei... talvez...

 - E a quem?

 - Eu não perguntei a quem o senhor amava.

 - Quer que lhe diga?...

 - Eu não pergunto.

 - Posso eu fazê-lo?

 - Não... Não lho impeço.

 - É a senhora.

D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:

 - Por quantos dias?

 - Oh! para sempre!... respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço.

Depois ainda continuou:

 - E a senhora não me revela o nome feliz?...

 - Eu não... não posso...

 - Mas por que não pode?

 - Porque não devo.

 - E nunca o dirá?!

 - Talvez um dia.

 - E quando?...

 - Quando estiver certa que ele não me ilude.

 - Então... ele é volúvel?...

 - Ostenta sê-lo...

 - Oh!... pelo céu!... acabe de matar-me!... basta o nome pronunciado bem em segredo, bem no meu ouvido, para que ninguém o possa ouvir, nem a brisa o leve... Pelo céu!...

 - Senhor!...

 - Um só nome que peço!...

 - É impossível... eu não posso!...

 - Se eu perguntasse?...

 - Oh!... não!...

 - Serei eu?...

A vigem tremeu toda e não pôde responder. Augusto lhe perguntou ainda, com fogo e ternura:

 - Serei eu?...

A interessante Moreninha quis falar... Não pôde, mas, sem o pensar, levou o braço do mancebo até ao peito e lhe fez sentir como o seu coração palpitava.

 - Serei eu?... perguntou uma terceira vez Augusto, com requintada ternura.

A jovenzinha murmurou uma palavra que pareceu mais um gemido que uma resposta, porém que fez transbordar a glória e entusiasmo na alma do seu amante. Ela tinha dito somente:

 - Talvez.