quinta-feira, 23 de julho de 2015

É ela! É ela! É ela! É ela - Álvares de Azevedo (leitura)

Queridos alunos,

Vamos ver, hoje, uma poesia de Álvares de Azevedo, um dos principais poetas românticos brasileiros.

É ela! É ela! É ela! É ela


É ela! É ela! - murmurei tremendo,
e o eco ao longe murmurou - é ela!
Eu a vi... minha fada aérea e pura -
a minha lavadeira na janela.

Dessas águas furtadas onde eu moro
eu a vejo estendendo no telhado
os vestidos de chita, as saias brancas;
eu a vejo e suspiro enamorado!

Esta noite eu ousei mais atrevido,
nas telhas que estalavam nos meus passos,
ir espiar seu venturoso sono,
vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!

Afastei a janela, entrei medroso...
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
um bilhete que estava ali metido...

Oh! decerto... (pensei) é doce página
onde a alma derramou gentis amores;
são versos dela... que amanhã decerto
ela me enviará cheios de flores...

Tremi de febre! Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
eu beijei-a a tremer de devaneio...

É ela! é ela! - repeti tremendo;
mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!

Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas,
Se achou-a assim tão bela... eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camisinhas!

É ela! é ela, meu amor, minh'alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...
É ela! é ela! - murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou - é ela!

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Será que podemos classificar esse texto como um poema de amor? Por quê?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Snoopy (leitura)

Queridos alunos,

Hoje é dia de tirinha em quadrinhos. Desta vez, com a turma do Snoopy, criada por Charles Schulz.


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E vocês, o que gostariam de ser quando crescerem?

Espero que tenham gostado!

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

terça-feira, 21 de julho de 2015

A filha e os cabelos brancos da mãe (leitura)

Queridos alunos,

Vamos variar um pouco os textos e ler uma piada?

Piada da filha e os cabelos brancos da mãe


Certo dia, uma menina estava sentada observando sua mãe lavar a louça na cozinha. De repente, percebeu que ela tinha vários cabelos brancos em sua cabeleira escura.

Ela olhou para a mãe e perguntou:

- Por que você tem tantos cabelos brancos, mamãe?

A mãe responde:

- Bom, cada vez que você faz algo errado e me faz chorar ou me deixa triste, um de meus cabelos fica branco.

A menina pensou um pouco e logo disse:

- MÃE, o que você fez pra vovó que ela está com todos os cabelos brancos?????

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Por que será que a mãe deu essa resposta para a filha? O objetivo dela foi alcançado? Por quê?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Eu Sou o meu Próprio Avô (leitura)

Queridos alunos,

Hoje lhes trago o vídeo de uma música bastante curiosa. Essa música conta uma história um tanto confusa, que explica seu título.


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Será que vocês conseguem entender essa árvore genealógica? Por que o narrador afirma que é avô dele mesmo? Isso faz sentido?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

domingo, 19 de julho de 2015

Bruxas não existem - Moacyr Scliar (leitura)

Queridos alunos,

Para a leitura de hoje, um conto muito bacana de Moacyr Scliar.

Bruxas não existem

Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".

Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão.

Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".

Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela de frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.

- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.

E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.

Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.

Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.

- Está quebrada - disse por mim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.

Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.

Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.

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Por que será que os meninos consideravam a dona Ana Custódio uma bruxa? Faz sentido esse julgamento dele? O que isso tem a ver com a noção de preconceito?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

sábado, 18 de julho de 2015

Guaraná (leitura)

Queridos alunos,

Hoje trago para vocês uma lenda indígena brasileira: a lenda do guaraná, conforme consta no site Só História.

Guaraná

Conta a Lenda que em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho, muito bom, alegre e saudável. Ele era muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe guerreiro. Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja do menino. Por isso resolveu matá-lo. Então, Jurupari transformou-se em uma enorme serpente e, enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança.

Seus pais, que de nada desconfiavam, esperaram em vão pela volta do indiozinho, até que o sol foi embora. Veio a noite e a lua começou a brilhar no céu, iluminando toda a floresta. Seus pais já estavam desesperados com a demora do menino. Então toda a tribo se reuniu e saíram para procurá-lo. Quando o encontraram morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da tribo. Ninguém conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento uma grande tempestade caiu sobre a floresta e um raio veio atingir bem perto do corpo do menino. Todos ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: "...É Tupã que se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade". E assim foi feito. Os índios plantaram os olhos do indiozinho imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.

Alguns dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda não conheciam. Era o Guaranazeiro. É por isso que os frutos do guaraná são sementes negras rodeadas por uma película branca, muito semelhante a um olho humano.

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Vocês já viram um guaranazeiro? Se nunca viram e querem saber como ele é, pesquisem na internet. Parece mesmo olhos humanos!

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Livros da semana (leitura)

Queridos alunos,

Seguem as indicações de livros desta semana.

1. Corrida pela Herança - Sidney Sheldon


SINOPSE

O magnata Samuel Stone gostava mais de sua fortuna do que de seus próprios herdeiros. Quem quiser agora se apossar das riquezas do falecido terá de desvendar pistas misteriosas e enfrentar perigos inimagináveis, nesta complicada caça ao tesouro!

A viúva vaidosa, o sobrinho ganancioso, o advogado interesseiro e o primo bondoso irão se meter nas mais incríveis situações e recorrer a métodos bastante estranhos para se livrar dos adversários.

COMENTÁRIOS

Romance policial clássico: o leitor brinca de detetive durante toda a leitura, tentando decifrar as pistas deixadas pelo magnata e descobrir onde está o dinheiro. Além disso, é preciso ficar atento aos personagens, pois nem todos são confiáveis.

2. O Grande Mentecapto - Fernando Sabino


SINOPSE

O Grande Mentecapto é um romance do escritor brasileiro Fernando Sabino publicado em 1979; narra as aventuras de Geraldo Viramundo, espécie de Dom Quixote brasileiro, que percorre Minas Gerais.

O início do livro mostra que Geraldo foi um menino como qualquer outro, tivera suas maluquices e peraltices, porém a história se desenvolve a partir das consequências de uma aposta entre Viramundo e seus amigos de que conseguiria fazer o trem parar em seu município, já que Rio Acima (a cidade do menino) não era originalmente ponto de sua parada. A narrativa apresenta diversas referências quixotescas, e de modo cômico e emocionante retrata como a vida pode surpreender quando menos se espera.

3. Harry Potter e a Pedra Filosofal - JK Rowling


SINOPSE

Harry Potter é um garoto comum que vive num armário debaixo da escada da casa de seus tios. Sua vida muda quando ele é resgatado por uma coruja e levado para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá ele descobre tudo sobre a misteriosa morte de seus pais, aprende a jogar quadribol e enfrenta, num duelo, o cruel Voldemort. Uma obra que reúne fantasia e suspense num universo original atraente para crianças, adolescentes e adultos.

COMENTÁRIOS

Se vocês querem saber por que Harry Potter se tornou um fenômeno, cheio de milhões de fãs fieis espalhados pelo mundo mesmo anos depois de o último livro da saga ter sido publicado, basta ler o volume que deu início a tudo.

Revolucionário, já que mudou totalmente a forma como a literatura infanto-juvenil é encarada atualmente. Ouso afirmar que, sem Harry Potter, séries como Crepúsculo, Jogos Vorazes e Divergente não existiriam - ou, pelo menos, não teriam feito tanto sucesso.

Os principais personagens da série já são apresentados em seu primeiro livro, que tem um ar bem leve e divertido. Conforme Harry vai crescendo, nos livros que dão continuidade à sua história, ele enfrenta desafios cada vez mais sombrios e perigosos.

Só um aviso: não conheço ninguém que tenha começado a ler Harry Potter e não tenha se apaixonado pela série. Então, estejam preparados para ler 7 livros!

4. O Piso-Rouxinol - Lian Hearn


SINOPSE

Em sua fortaleza de muralhas escuras, o senhor e assassino Iida Sadamu observa seu famoso piso-rouxinol. Construído com grande perícia, esse piso canta a cada passo de quem tente atravessá-lo.

Nenhum ser humano consegue passar por ele sem ser ouvido. Mas, num remoto povoado das montanhas, na parte alta das terras vastas e antigas dos Três Países, mora um menino fora do comum. Ele ainda está por descobrir sua verdadeira identidade e o grande mistério que lhe confere o poder de destruir as ambições assassinas de Iida.

Criado entre os Ocultos, povo isolado e voltado para o desenvolvimento da mente, Takeo conhece apenas os caminhos da paz. No entanto, ele tem os dons sobrenaturais da Tribo - uma audição extraordinária, a capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo, o poder de se tornar invisível.

Quando sua vida é salva pelo misterioso Senhor Otori Shigeru, Takeo inicia a jornada que o levará ao encontro de seu destino, no interior das muralhas de Inuyama. Em seu trajeto ele irá conhecer vingança e traição, honra e lealdade, beleza e magia, além da avassaladora paixão amorosa.

COMENTÁRIOS

Para quem aprecia a cultura japonesa, este livro é um prato cheio! Personagens que remetem aos lendários samurais e ninjas, batalhas empolgantes para decidir o destino dos Três Países, além de muito mistério, desvendado aos poucos.

Primeiro livro de uma trilogia, os personagens são apresentados, cada um cheio de segredos que são revelados no decorrer da história. Além disso, cada cenário é descrito com riqueza de detalhes, transportando o leitor para o Japão feudal.

5. Robinson Crusoé - Daniel Defoe


SINOPSE

Robinson era um jovem marinheiro inglês. Ao viajar para a África, seu novo navio é colhido por uma tempestade e naufraga. Toda a tripulação morre, com exceção do jovem, que se refugia numa ilha deserta do Caribe. Lá ele se defronta com as dificuldades de uma existência primitiva. A coragem, a paciência e a habilidade de Robinson eram as qualidades que o mundo "civilizado" de então acreditava necessárias para subjugar a "barbárie".

COMENTÁRIOS

Outro livro cheio de aventuras! Imagine só, de repente, se ver sozinho em uma ilha isolada, dependendo só de suas habilidades pra sobreviver? Sem celular, sem internet, sem ninguém que possa ensinar como se virar... É isso que vive o protagonista da história (não que ele tivesse internet ou celular em casa).

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Espero que tenham gostado das sugestões desta semana!

Semana que vem tem a última lista de sugestão de livros! E amanhã, mais um texto para leitura.


Prof.ª Teresa Cristina

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dona - Roupa Nova (leitura)

Queridos alunos,

A música de hoje, do Roupa Nova, é dedicada àqueles alunos que insistem em chamar as professoras de "dona"!

Dona


Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz

Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração

Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!

Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar

Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão

É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras, nossa perdição

O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!

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Justamente para não me deixar com essa música grudada na cabeça todo dia que eu insisto: podem me chamar de "professora" ou pelo nome, mas, por favor, "dona", não! Hahahahaha

Até amanhã, com indicações de livros!


Prof.ª Teresa Cristina

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O sapo e o escorpião - Heloisa Prieto (leitura)

Queridos alunos,

Hoje lhes trago uma fábula de Heloisa Prieto.

O sapo e o escorpião


Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio.

- Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? - perguntou o escorpião ao sapo.

- De jeito nenhum. Você é a mais traiçoeira das criaturas. Se eu te ajudar, você me mata em vez de me agradecer.

- Mas, se eu te picar com meu veneno - respondeu o escorpião com uma voz terna e doce -, morro também. Me dê uma carona. Prometo ser bom, meu amigo sapo.

O sapo concordou.

Durante a travessia do rio, porém, o sapo sentiu a picada mortal do escorpião.

- Por que você fez isso, escorpião? Agora nós dois morreremos afogados! - disse o sapo.

E o escorpião simplesmente respondeu:

- Porque esta é a minha natureza, meu amigo sapo. E eu não posso mudá-la.

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Como vocês definiriam a moral dessa fábula? Vocês acham que a fala final do escorpião é verdadeira?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

terça-feira, 14 de julho de 2015

Estação café - Sérgio Capparelli (leitura)

Queridos alunos,

Hoje é dia de poesia, de autoria de Sérgio Capparelli.

Estação café


Pastéis Santa Clara,
Bem-casados com ambrosia,
Caramelados com nozes
E bombas de baunilha

Senhora dona doceira,
Me tira dessa agonia!

Mil-folhas e broinhas,
Com geleias e pavê,
Fios de ovos, apfelstrudel,
Maçãs flambadas, não vê?
Qual é o doce mais doce?
O doce mais doce? Você!

Pães de queijo, ovos moles,
Olho de sogra, doce de abóbora
Pingos de chuva, algodão doce,
Doce, oh doce, senhora!

Senhora dona doceira,
Doce aqui e agora,
E agora, bem no fim,
Eu recuso maria-mole,
Mas nós dois, bem juntim,

Agarradim, rocambole.

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Quantos doces! Quais deles vocês conhecem?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Elevador social (leitura)

Queridos alunos,

Hoje é dia de história em quadrinhos, retirada do site Mentirinhas.

Elevador social



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Qual vocês acham que é o tema principal dessa história? Por que a moça achou que seria assaltada?

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

domingo, 12 de julho de 2015

Meus tempos de criança - Rostand Paraíso (leitura)

Queridos alunos,

Hoje, temos uma crônica escrita por Rostand Paraíso.

Meus tempos de criança


Pulávamos os muros e ganhávamos os quitais das casas vizinhas, enormes e cheias de fruteiras e de toda a sorte de animais, gatos, cachorros, galinhas, patos, marrecos e outros mais. Chupando mangas, gostosas mangas, mangas-espada, mangas-rosa e manguitos, esses quase sempre os mais saborosos, dividíamos os times e organizávamos as peladas de fundo de quintal que exigiam grande malabarismo de nossa parte, com as frondosas árvores para driblar e grandes irregularidades no terreno para contornar.

Usávamos "bolas de meias", preparadas por nós mesmos com papel de jornal compactado e colocado dentro de uma meia de mulher, mas já começávamos a usar bolas de borrachas e as "bolas-de-pito", que eram bolas de couro, com pito para fora e que tínhamos o cuidado de envergar para dentro, para evitar arranhaduras.

Gostosas, memoráveis tardes que se prolongavam até a noitinha, parando-se apenas quando não havia mais sol e quando não podíamos mais ignorar os gritos que vinham de nossa casa, para tomar banho, mudar de roupa e ir jantar.

As mesmas misteriosas ordens faziam-nos começar a desengavetar nossos times de botão para a temporada que iria se iniciar. Os botões eram polidos e engraxados.

Descobríamos, nos botões das capas e dos jaquetões e, também, nas tampas de remédios, promissores craques. Nossos pais começavam a estranhar, sem encontrar qualquer explicação para o fato, o desaparecimento das tampas dos xaropes e dos botões das roupas. Esses craques em potencial, novos valores que surgiam, eram devidamente preparados e passávamos dias a lixá-los e, para lhes dar mais peso e maior aderência à mesa, a enchê-los com parafina derretida. Trabalho que levava às vezes algumas semanas, os novos craques sendo testados exaustivamente até que nos déssemos por satisfeitos e os considerássemos prontos e aprovados para as grandes competições pela frente.

Os botões de chifre, preparados pelos presos da Casa de Detenção, onde íamos comprá-los, começavam, pela sua robustez e pela potência de seus chutes, a ganhar nossa preferência. Não gostávamos, porém, daqueles botões que vinham do Sul, de plástico, todos iguais, diferençando-se uns dos outros apenas pelas "camisas" que traziam coladas sobre si, com as cores dos clubes cariocas. Preferíamos, nós mesmos, pregar as cores do nosso time preferido, no meu caso o Santa Cruz.

Cada botão ganhava seu nome, Perácio, Leônidas, Patesko, Pitota, Sidinho, Siduca... botões que já não tenho mais, desaparecidos misteriosamente ao longo do tempo. Meu ponta-esquerda, Tarzan, que tantas alegrias me deu, com suas arrancadas para o campo adversário e com seus mirabolantes gols, que fim terá levado?

Preferíamos usar as bolas de farinha, arredondadas cuidadosamente na palma da mão e que permitiam um bom controle, correndo menos que as de miolo de pão e não tanto quanto as de borracha.

Dentro daquelas regras que adotávamos e que permitiam que continuássemos a jogar enquanto não perdêssemos o controle da bola, éramos obrigados, quando nos sentíamos em condições de tentar o chute a gol, a avisar o adversário: "Defenda-se!" ou "Prepare-se!", dando tempo a que ele posicionasse melhor o seu goleiro e puxasse, para junto dele, os beques, geralmente bem altos, com a finalidade de dificultar o chute rasteiro.

As partidas eram irradiadas por um de nós, ao estilo de José Renato, o famoso locutor esportivo da PRA-8, e os gols, quando convertidos, eram gritados histericamente, incomodando toda a vizinhança.

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Será que a infância de vocês foi parecida com a do cronista? Quais as principais semelhanças? E as principais diferenças?

Até amanhã,

Prof.ª Teresa Cristina

sábado, 11 de julho de 2015

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - Luís de Camões (leitura)

Queridos alunos,

Hoje trago para vocês um soneto de Luís de Camões, um dos maiores escritores portugueses.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz, de mor espanto,
que não se muda já como soía.

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Um poema escrito há quase 500 anos e mostra que, desde aquela época, as mudanças eram constantes na vida das pessoas. Será que o eu-lírico estava feliz com essas mudanças?

Um detalhe curioso: esse poema, assim como tantos outros, não possui título. Por isso, eles são identificados através do primeiro verso.

Até amanhã,


Prof.ª Teresa Cristina

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Livros da semana (leitura)

Queridos alunos,

Seguem as indicações de livros desta semana.

1. O Mistério da Estrela - Stardust - Neil Gaiman


SINOPSE

Tristan ama a jovem mais bela do vilarejo de Muralha. Para ser correspondido, ele atende aos caprichos da moça e lhe faz uma promessa quase impossível de cumprir. Uma estrela cadente que ambos veem cair do céu valerá a mão de Vitória em casamento.

A determinação de trazer a estrela para o vilarejo fará com que o rapaz burle todas as regras e siga para a Terra Encantada, onde supostamente a estrela está. Então, Tristan se vê cercado por piratas voadores, gnomos guerreiros, bruxas esquisitas e sedentas por beleza e princesas do mal. Um mundo de magia está diante dele e tem início um conto de fadas surpreendente e nada convencional.

Neste lugar, os caminhos podem ser belos e sombrios, tristes e alegres, suspeitos e óbvios, mas sempre cheios de segredos. E todos, não só Tristan, estão em busca daquela que parece guardar a solução para todos os problemas do reino mágico. Acontece que a estrela está triste e sem esperança. O maior desafio do jovem apaixonado, então, será fazer a estrela brilhar novamente.

COMENTÁRIOS

Muita magia, mistério e romance envolvem essa história de um dos mais renomados escritores da atualidade. Acompanhamos passo a passo as aventuras vividas por Tristan para conquistar o coração de sua amada, ao mesmo tempo em que tenta entender as diferenças entre seu vilarejo e a Terra Encantada.

Um filme baseado neste livro foi lançado em 2007, com pequenas diferenças na história. Particularmente, gosto mais do final do filme que o do livro, mas deixo para vocês a tarefa de ler o livro, assistir ao filme e decidir qual é melhor.

2. A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo


SINOPSE

Augusto, jovem estudante de Medicina, sempre fora fiel a um juramento de amor feito na infância. Mas um feriado em Paquetá coloca em sério risco o compromisso. Ele conhece Moreninha, irmã de seu amigo, e uma nova paixão desperta em seu peito. Considerado o primeiro romance brasileiro, A Moreninha descreve os costumes da sociedade carioca do século XIX.

COMENTÁRIOS

Um clássico da literatura brasileira! A história traz um jovem apaixonado dividido entre dois amores. Será que a promessa de infância vai superar a paixão recém-descoberta? Como será que a Moreninha vai reagir ao saber que Augusto já é comprometido desde criança?

Leitura leve, história agradável e um jeito excelente de conhecer um pouco melhor como era a vida no Brasil do século XIX!

3. Ninguém me entende nessa casa! - Leo Cunha


SINOPSE

As 26 crônicas reunidas nesta obra mergulham num universo muito íntimo e aconchegante, mas também recheado de histórias curiosas: a família, os amigos mais próximos, as lembranças novas e antigas. Algumas crônicas podem até parecer mentira, mas o autor jura de pé junto que é tudo verdade. Afinal de contas, a crônica está quase sempre neste campo minado entre o real e o imaginário, entre a verdade e a ficção, entre a lembrança e a invenção. São conversas, casos, acasos, cenas cotidianas, corriqueiras, até banais, que podem revelar muito sobre nós e sobre o mundo à nossa volta.

COMENTÁRIOS

As crônicas são tão interessantes que a gente mal acabou de ler uma e já está devorando a seguinte! Impossível definir a melhor de todas. Uma verdadeira coleção de histórias cotidianas, com as quais podemos nos identificar facilmente. Recomendadíssimo!

4. A Seleção - Kiera Cass


SINOPSE

Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer, por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria apenas ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto. Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa. Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma...

COMENTÁRIOS

O enredo deste livro se passa em um futuro hipotético, em que o principal governo do mundo é uma monarquia. A população é dividida em grupos (identificados por números de 1 a 8), e cada grupo tem uma função específica na sociedade, Mudar para um grupo melhor é algo realmente raro.

Para que os governantes mantenham um bom relacionamento com o povo, a esposa do príncipe herdeiro é sempre escolhida entre garotas de todo o país, independente de seu "número". Esse processo, que é um verdadeiro reality show, é conhecido como A Seleção.

Os personagens apresentados são cativantes, e a obra equilibra bem o romance com as questões políticas envolvidas na história.

Este livro é o primeiro de uma série, que já conta com 10 livros publicados (alguns apenas em formato eletrônico) e outros 2 a caminho.

5. Zorro: Começa a Lenda - Isabel Allende


SINOPSE

Califórnia, ano de 1790: começa uma aventura numa época fascinante e turbulenta, com personagens cativantes e de espírito indômito, e um homem de coração romântico e temperamento firme chamado Diego de la Vega... o Zorro.

Aventureiro, apaixonado, intrépido e brincalhão. É a lenda do Zorro. E esta é a crônica de uma vida extraordinária em tempos excepcionais: a de Diego de la Vega... despojado de sua máscara. Um relato que começa no ano de 1790, em terras da Alta Califórnia, quando um jovem capitão espanhol se apaixona por uma índia de alma rebelde.

Zorro é o retrato de personagens de carne e osso, com virtudes e fraquezas, sensíveis e impetuosos, que nos arrastam em suas aventuras através de uma época vibrante. Com sua habitual maestria, Isabel Allende nos revela a vida simples das missões espanholas na Califórnia no início do século XIX e a agitação nas ruas de uma Barcelona ocupada pelas tropas napoleônicas em plena Guerra da Independência; os ritos de iniciação das tribos indígenas e os mistérios para ter acesso a uma sociedade secreta européia; a espiritualidade de um código de honra sem fronteiras e as contradições da alma humana... "Zorro - Começa a Lenda", de Isabel Allende, é uma aventura como as de antigamente.

COMENTÁRIOS

Para quem gosta de aventuras, este livro é um prato cheio! A lenda do Zorro, principal herói latino-americano, é contada desde seu início, antes de o herói mascarado ficar conhecido pela população californiana.

Lutas de espada emocionantes, perseguições a cavalo, estratégias mirabolantes para cumprir com seu dever... É o Zorro em sua melhor forma!


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Espero que tenham gostado das sugestões desta semana!

Colaborem com nossa corrente literária! Leu um livro (novela, conto, de poesia etc.) e achou legal? Recomende-o para os colegas! Vale comentar aqui no blog, passar o título via Facebook, o que acharem mais apropriado.

Ah, e eu só vou citar o nome do aluno que sugeriu o livro se ele autorizar - caso contrário, fica a sugestão anônima, como algumas das que postei hoje.

Semana que vem tem mais sugestão de livros! E amanhã, mais um texto para leitura.


Prof.ª Teresa Cristina

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Disconnect to Connect (leitura)

Queridos alunos,

Hoje lhes trago um texto não-verbal (o que será que é isso?). Trata-se de uma campanha publicitária tailandesa que se tornou viral na internet.

Disconnect to Connect



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O título do comercial pode ser traduzido como "desconecte para conectar". Faz sentido esse conselho, levando em consideração o que é mostrado no vídeo?

Agora é minha vez de desconectar. Mas amanhã estou de volta para nossa corrente de leitura das férias!


Profª. Teresa Cristina

terça-feira, 7 de julho de 2015

Aprendizagem - Flávio Carneiro (leitura)

Queridos alunos,

Hoje lhes trago mais um conto recomendado pela aluna Ana Carolina de Souza (6º ano). Trata-se de uma obra de Flávio Carneiro, retirada do site da revista Nova Escola.

Aprendizagem


- Mãe, cabelo demora quanto tempo pra crescer?
- Hã?
- Se eu cortar meu cabelo hoje, quando é que ele vai crescer de novo?
- Cabelo está sempre crescendo, Beatriz. É que nem unha..
A comparação deixa a menina meio confusa. Ela não está preocupada com unhas.
- Todo dia, mãe?
- É, só que a gente não repara.
- Por quê?
- Porque as pessoas têm mais o que fazer, não acha?
A menina não sabe se essa é uma pergunta do tipo que precisa ser respondida ou é daquelas que a gente ouve e pronto. Prefere não responder.
- Você é muito ocupada, não é, mãe?
- Hã?
- Nada, não.
A mãe termina de passar a roupa e vai guardando tudo no armário.
Enquanto isso, Beatriz corre até o quartinho de costura, pega a fita métrica e mede novamente o cabelo da boneca. Ela tinha cortado aquele cabelo com todo o cuidado do mundo, pra ficar parecido com o da mãe, mas a verdade é que ficou meio torto.
"Nada, não cresceu nada", ela conclui, guardando a fita. E já tem uma semana!
Depois volta para onde está a mãe, que agora lustra os móveis.
- Mãe, existe alguma doença que faz o cabelo da gente não crescer?
- Mas de novo essa conversa de cabelo! Não tem outra coisa pra pensar não, criatura?
Sobre essa pergunta não há dúvida: é do tipo que você não deve responder.
A mãe continua trabalhando. Precisa se apressar. Dali a pouco a patroa chega da rua e o almoço nem está pronto ainda.
- Mãe!
- O que foi?
- É que eu estava aqui pensando.
- Pensando o quê?
Beatriz não responde. Espera um pouco, tentando achar as palavras certas.
- Vai, fala logo.
- Quando a gente faz uma coisa, sabe, e não dá mais para voltar atrás, entendeu?
- Não, não entendi.
Ela abaixa a cabeça, dá um tempinho e resolve arriscar:
- Então, se você não entendeu, posso continuar perguntando sobre cabelo?
- Ai, meu Deus!
Beatriz deixa a mãe trabalhando e vai procurar de novo sua boneca.
Pega a boneca no colo e diz no ouvido dela:
- Não liga, não. Cabelo de boneca é assim mesmo, cresce devagar, viu?
E com um carinho:
- Foi minha mãe que me ensinou.

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Por que será que o título escolhido para esse conto foi "Aprendizagem"? Qual era a profissão da mãe de Beatriz? Por que ela tentou cortar o cabelo de sua boneca parecendo o penteado da mãe?

Amanhã tem mais! E ainda estou recebendo indicações, tanto de textos curtos (poesias, contos, letras de música etc.) quanto de livros.

Até amanhã,


Profª. Teresa Cristina

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Mentirinhas #798 (leitura)

Queridos alunos,

Hoje trago para vocês uma leitura mais leve: uma tira em quadrinhos do site Mentirinhas.


Essa tirinha é muito interessante pois mostra que, quando lemos um texto, nem sempre entendemos o que a pessoa realmente quis dizer. Por isso é tão importante reler e prever possíveis mal-entendidos.

Amanhã tem mais, pessoal!


Profª. Teresa Cristina

domingo, 5 de julho de 2015

A Sopa de Pedra (leitura)

Queridos alunos,

O texto de hoje, sugestão da aluna Ana Carolina de Souza (6º ano), trata-se de um conto sobre o personagem Pedro Malasartes. Boa leitura!

A Sopa de Pedra


Para ouvir esta história, você tem de acreditar que bobo pode ser esperto e esperto pode ser bobo. Basta abrir bem os olhos e os ouvidos e a boca fechar que a história vai começar.

Num dia claro, sem ter o que fazer, como sempre, Pedro Malasartes foi sentar-se à porta da quitanda para uma prosa com os amigos. Trabalhar não era o forte de Pedro Malasartes, mas ele era um caipira esperto.

Nesse dia, seus amigos estavam falando de dona Filomena, uma senhora pão-duro, mas tão pão-duro que não abria mão nem para dar adeus.

Um caipira comentou:

- Dona Filomena é tão avarenta que não dá nem o resto de comida para os porcos!

Outro caipira completou:

- Quando alguém chega para almoçar, ela conta os grãos de arroz e de feijão que vai colocar no prato. Isso é verdade verdadeira, pode perguntar ao compadre Zé que ele conta tintim por tintim...

Um terceiro caipira comentava mais:

- Ela não é de conversar, só para economizar palavras.

Pedro Malasartes ficou ouvindo aquela prosa e pensando, até que resolveu entrar na conversa.

- Quanto vocês apostam que ela não vai me negar nada, vai me dar o que eu quiser?

- Você é doido, compadre, aquela dona Filomena não dá nem bom-dia!

- Pois quanto vocês apostam?

E os caipiras apostaram alto, com a certeza de que iam ganhar. Mas Pedro Malasartes tinha um plano para conseguir o que queria. Foi até sua casa, pegou uma muda de roupa, uma panela e uma colher de pau. Fez a trouxa e foi caminhando até a casa de dona Filomena. A casa era longe, mas, para provar que era esperto, a preguiça sumia na hora.

Assim que chegou à porteira do sítio de dona Filomena, Pedro se ajeitou por ali mesmo e ficou esperando. Quando percebeu que havia sido visto pela velha, arrumou umas pedras, um pouco de lenha e montou o seu fogão. Tirou de sua trouxa uma panela, uma colher, encheu a panela de água, acendeu o fogo e ficou abanando.

Da casa, dona Filomena ficou espiando Pedro abanando o fogo.

Roendo as unhas de curiosidade, ela foi dar uma olhada no que Pedro estava fazendo. Despistando, passou perto, observou o que ele fazia e foi embora.

Pedro ficou firme, abanando o fogo, sem arredar o pé do lado da panela. E assim passou o dia.

Na manhã seguinte, lá estava Pedro abanando o fogo, olhando a panela, a água fervendo, soltando fumaça e dona Filomena da casa, espiando...

Dona Filomena não resistiu: foi até a porteira ver o que aquele caipira estava fazendo. Pedro, percebendo que a velha vinha mancando, pegou umas pedras no chão, lavou-as bem lavadinhas e jogou-as dentro da panela.

Quando chegou perto, dona Filomena perguntou:

- Eta, moço, o que o senhor está fazendo?

- Ora, dona, estou fazendo uma sopa!

- Sopa de pedra? O senhor deve estar caçoando de mim.

- Pois pode acreditar, é uma sopa pra lá de boa.

- Demora muito para ficar pronta?

- Demora um bocado, dona.

- E dá para comer?

- É claro, dona. Ou a senhora acha que eu ia perder meu tempo!

Dona Filomena ficou ali, sentada, olhando Pedro abanando o fogo na panela e a água fervendo. Ela não estava acreditando muito.

- Essa sopa é boa mesmo?

- É gostosa! Mas, se colocar um temperinho, fica bem melhor.

- Por causa disso, não. Eu vou lá em casa buscar.

Dona Filomena foi até sua casa e trouxe sal, alho, cebolinha e salsinha.

- Será que a senhora não tem um tomatinho?

Dona Filomena trouxe três tomates bem madurinhos.

Pedro colocou tudo na panela junto com as pedras, deu uma mexidinha e abanou o fogo.

- Essa sopa fica uma delícia, a senhora vai ver. Mas, se tivéssemos uma pelinha de porco, ficaria ainda melhor.

- Pois eu tenho. Vou lá em casa buscar.

Pele na panela e dona Filomena espiando... Ela perguntou:

- Não precisa de mais nada nessa sopa?

- Olha, se tivesse umas batatas e um pouco de macarrão, ela ficaria jóia!

A velha, já doida para provar da sopa, trouxe três batatas grandes e um punhado de macarrão.

- Quando ficar pronta, eu posso provar?

- Claro, dona!

Passou um bom tempo e a dona Filomena comentou:

- A sopa está cheirando! A pedra já amoleceu?

Pedro despistou para não responder à pergunta:

- A senhora não tem uma linguicinha defumada? Ia melhorar o sabor da sopa.

Dona Filomena foi buscar.

Passado um bocado de tempo, Malasartes pediu dois pratos e colheres. A velha trouxe tudo rapidamente.

Pedro encheu os dois pratos, deu um para dona Filomena e ficou com o outro. Separou as pedras e jogou-as no mato.

- Ô moço! O senhor não vai comer as pedras?

- A senhora tá doida, eu lá tenho dente de ferro para comer pedra?

Dito isso, Pedro Malasartes saiu correndo, igual a um pé-de-vento, antes que a velha lhe jogasse a panela na cabeça.

Foi até a quitanda cobrar dos caipiras a aposta. É claro que todos ficaram de boca aberta com a história que Pedro Malasartes contou.

E esta história entrou numa panela, rodou... rodou... até que ferveu, virou fumaça e desapareceu.

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Esse Pedro Malasartes, sempre aprontando... Mas será que, sem as pedras, a sopa ficou boa?

Amanhã tem mais leitura, pessoal! Continuem mandando sugestões de textos bacanas!


Profª Teresa Cristina

sábado, 4 de julho de 2015

Ainda é Cedo - Legião Urbana (leitura)

Queridos alunos,

O texto de hoje é a letra de uma música da banda Legião Urbana, e foi indicação de um aluno que preferiu ficar no anonimato.

Ainda é Cedo


Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei

Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir

Mas, egoísta que eu sou
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar

Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém

E eu dizia
Ainda é cedo
Cedo, cedo
Cedo, cedo

E eu dizia
Ainda é cedo
Cedo, cedo
Cedo, cedo

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei

Ela falou: "Você tem medo."
Aí eu disse: "Quem tem medo é você."
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém

Ela me disse "Eu não sei
Mais o que eu sinto por você
Vamos dar um tempo
Um dia a gente se vê."

E eu dizia
Ainda é cedo
Cedo, cedo
Cedo, cedo

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Gostaram? O que mais chamou a atenção de vocês nesse texto? Por que será que o narrador fica repetindo "ainda é cedo"? Cedo pra quê?

Até amanhã, com um conto que também foi indicação de um aluno.


Prof.ª Teresa Cristina

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Livros da semana (leitura)

Queridos alunos,

A partir de agora, toda sexta-feira deixarei aqui indicações de livros que talvez lhes interessem. Algumas indicações são minhas, outras de alunos.

1. Cidades de Papel - John Green


SINOPSE

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita.

Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.

COMENTÁRIOS

"A história é muito boa e a cada capítulo ela vai te surpreendendo cada vez mais. Ela conta sobre o garoto cujo nome é Quentin, que gosta de sua vizinha Margo, e a partir do dia que ela aparece na janela de seu quarto para uma aventura o livro começa a esquentar, a partir daí é só loucura, até ela desaparecer na manhã seguinte. Aí, Quentin, apaixonado, tenta descobrir o que aconteceu com ela e para onde ela foi." - Israel Pereira (9º ano)

2. O Diário da Princesa - Meg Cabot


SINOPSE

Mia Thermopolis, uma típica adolescente americana, recebe uma notícia que muda sua vida. Seu pai, um príncipe que teve um caso com sua mãe muitos anos antes, descobre que não pode mais ter filhos. Ou seja, Mia se torna a única herdeira do trono da Genovia.

Assumir a coroa não será tarefa fácil. Antes de subir ao trono, Mia terá que passar por um treinamento duro com sua temida avó. Se o sonho de muitas meninas da idade de Mia é ser uma princesa, para ela isso pode virar um verdadeiro pesadelo.

COMENTÁRIOS

O livro trata-se do início de uma coleção (são 10 livros no total), que acompanha a transformação de Mia Thermopolis, uma adolescente tímida e desajeitada, na Princesa Amelia Mignonette Grimaldi Thermopolis, da Genovia.

Escrito em formato de diário, a leitura é muito rápida, e prende a atenção a cada passagem. Os personagens são cativantes e é muito fácil se colocar no lugar da Mia - afinal, quantas vezes temos que assumir um papel que parece muito além de nossa capacidade?

A história trata de romance, amizade, responsabilidade, mudanças, família e autoconhecimento.
Existe uma adaptação para o cinema deste livro. Ela é bastante divertida, porém apresenta diversas diferenças com a versão impressa - especialmente a ausência de alguns personagens interessantes. Tentei achar o trailer para colocar aqui, mas não o encontrei legendado.

3. Extraordinário - R. J. Palacio



SINOPSE

August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular em Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

COMENTÁRIOS

"Esse livro foi o melhor que eu já li na minha vida, ele me surpreendeu muito. Ele fala sobre um garoto que tem uma deficiência em seu rosto, e nunca havia ido para a escola. O que me chamou a atenção foi que ele fala assim no começo do livro: 'Não vou me descrever, pois não é necessário'. Então, boa sorte para quem vai ler esse livro, porque você vai ter que adivinhar como seria o seu rosto. Amei esse livro, muito bom para a turma juvenil!" - Israel Pereira (9º ano)

4. A Ilha Perdida - Maria José Dupré


SINOPSE

Descobrir o mistério da ilha perdida. Era esse o ousado projeto dos irmãos Henrique e Eduardo. Porém, quando mal começava sua excursão, depois de atravessar o rio, os dois se viram tão perdidos quanto a própria ilha em que se encontravam.

Que surpresas se escondiam por trás da densa mata que recobria toda a paisagem? Quem seria Simão, o solitário e enigmático habitante da ilha, que separou os dois meninos, levando Henrique para sua caverna? E, afinal, Henrique era um hóspede ou um prisioneiro?

COMENTÁRIOS

Livro cheio de surpresas, mistérios e aventura. A cada capítulo, o leitor vai desvendando a história por trás da ilha junto com os garotos. A curiosidade chega a tal ponto que fica difícil deixar a leitura para outra hora.

5. Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas


SINOPSE

O brigão e valente jovem D'Artagnan chega a Paris com dezoito anos. Seu sonho é ser admitido pelo Regimento dos Mosqueteiros. Porém, D'Artagnan, apesar da valentia não possuía técnicas de esgrima e isso tornava impossível a sua admissão no Regimento. Assim, a pedido de Tréville, ele foi colocado para fazer parte da Guarda Real.

Depois de uma série de confusões e duelos malfadados, D'Artagnan acaba por fazer amizade com os famosos Três Mosqueteiros: Athos, Porthos e Aramis, o que os torna um quarteto inseparável.

Como estão sempre em busca de briga e confusões, os quatro terminam por embarcar numa aventura cheia de perigos para ajudar a Rainha Ana da Áustria e lutar por sua honra.

COMENTÁRIOS

Um clássico da literatura mundial! Quem nunca ouviu a célebre frase "um por todos e todos por um"?

A narrativa de Alexandre Dumas é tão dinâmica que é fácil imaginar as cenas, inclusive as (várias) de ação, como se um filme estivesse rodando em nossa cabeça. Leitura obrigatória para quem gosta de histórias de aventura!


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E aí, gente, o que acharam das sugestões de livros desta semana?

Colaborem com nossa corrente literária! Leu um livro (novela, conto, de poesia etc.) e achou legal? Recomende-o para os colegas! Vale comentar aqui no blog, passar o título via Facebook, o que acharem mais apropriado.

Ah, e eu só vou citar o nome do aluno que sugeriu o livro se ele autorizar - caso contrário, fica a sugestão anônima, como algumas das que postei hoje.

Semana que vem tem mais sugestão de livros! E amanhã, mais um texto para leitura (que também foi sugestão de um aluno).


Prof.ª Teresa Cristina

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sonho de uma Flauta - O Teatro Mágico (leitura)

Queridos alunos,

Para a leitura de hoje, trago uma letra de música bem interessante, da trupe O Teatro Mágico.

Sonho de uma Flauta


Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somo semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão às vezes é doce
Mas às vezes é doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem riso que parece choro
Tem choro que é pura alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem a sede que morre no seio
Nota que fermata quando desafino

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
Mas o mundo é perfeito
O mundo é perfeito

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E aí, o que acharam da música? O que será que ela quer dizer?

Quem quiser ouvi-la, basta procurar no YouTube, há vários vídeos disponíveis com esse áudio.

Até amanhã,


Profª. Teresa Cristina

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Verbo Ser - Carlos Drummond de Andrade (leitura)

Queridos alunos,

Vamos aproveitar o período de férias para ler um pouquinho? A cada dia, ao meio-dia, vou postar um novo texto para vocês.

Hoje eu trouxe um poema de um dos maiores poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade.

Verbo Ser


Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá pra entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser. Esquecer.

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E aí, o que acharam do texto? Amanhã tem mais!

E quem tiver alguma sugestão de textos para compartilhar com os colegas, é só avisar que eu acrescento aqui no blog.

Um abraço a todos,


Profª. Teresa Cristina