Hoje trago para vocês um soneto de Luís de Camões, um dos maiores escritores portugueses.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz, de mor espanto,
que não se muda já como soía.
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz, de mor espanto,
que não se muda já como soía.
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Um poema escrito há quase 500 anos e mostra que, desde aquela época, as mudanças eram constantes na vida das pessoas. Será que o eu-lírico estava feliz com essas mudanças?
Um detalhe curioso: esse poema, assim como tantos outros, não possui título. Por isso, eles são identificados através do primeiro verso.
Até amanhã,
Prof.ª Teresa Cristina
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